O intestino delgado é responsável pela produção de uma enzima chamada lactase. Essa enzima é por sua vez auxilia na digestão dos açúcares existentes no leite e seus derivados.
Quando o intestino delgado não produz o suficiente ou não produz nada de lactase, surgem os problemas de intolerância a lactose.
Isso acontece porque a lactose chega ao intestino grosso inalterada, se acumulando e fermentado por bactérias que vivem ali, causando os gases, daí o surgimento de cólicas e diarreias.
Estudos apontam que 6 em cada 10 brasileiros sofrem desse distúrbio, mas a maioria apresenta sintomas leves ou moderados.
Porém existe uma parcela que sofre com efeitos graves de intolerância.
Os tipos de intolerância a lactose
Quanto aos tipos de intolerância a lactose, podemos citar a congênita, quando a criança já nasce sem condições de produzir a enzima.
A primária, quando os níveis de produção da enzima vão diminuindo de forma progressiva, o que pode começar a acontecer na adolescência.
A secundária, que surge por causa de outras doenças que afetam a produção, como doença celíaca,doença crohn ou alergia a proteína do leite, no caso da secundária os sintomas desaparecem depois do tratamento de suas causas.
É importante esclarecer que intolerância à lactose não é a mesma coisa que alergia de leite.
Sintomas da intolerância a lactose
- Distensão abdominal
- Cólicas
- Náuseas
- Flatulência
- Fezes mais ácidas
- Diarreia
- Crescimento tardio
Diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir de exames clínicos: exame de intolerância à lactose, onde o paciente recebe uma dose de lactose a fim de medir os níveis de glicose no sangue.
Exame de nível de hidrogênio, que é medido através da expiração após o paciente receber as doses de lactose e o exame que analisa os níveis de acidez nas fezes.
Tratamento
Embora a intolerância à lactose não seja considerada uma doença, essa carência do organismo pode ser tratada com medicamentos e dieta.
A dieta consiste na suspensão da ingestão de leite e seus derivados, para aliviar os sintomas.
Logo após, os alimentos com leite e seu derivados retornarão gradativamente na dieta, onde o médico irá analisar a quantidade de enzima que o corpo consegue processar, sem que os sintomas voltem a incomodar o paciente, uma vez que esses alimentos fornecem nutrientes que são indispensáveis para a formação dos ossos.
É necessário ressaltar que o leite não deve ser excluído totalmente da dieta, com acompanhamento médico será determinada a quantidade diária permitida para cada caso.
Existem vários alimentos que possuem grande quantidade de cálcio e podem ser ingeridos por portadores de intolerância à lactose.
Dentre eles se destaca o leite de soja, brócolis, sardinha, espinafre, gergelim, linhaça, grão de bico, aveia e chia.
Esses alimentos além de oferecer uma quantidade significativa de cálcio, ainda são ricos em fibras que melhoram o trânsito intestinal, ômega 3 que previnem doenças cardiovasculares e são responsáveis pela diminuição do LDL, colesterol nocivo à saúde.
A indústria alimentícia vem se aperfeiçoando bastante no sentido de fabricar bons produtos que não afetam a saúde, são os chamados zero lactose.
São alimentos que na fabricação é usada a enzima lactase para suprir a deficiência do organismo.
Tem também os derivados da soja e frutas, como o coco e oleaginosas como as amêndoas e castanhas.
Mas é preciso continuar lendo os rótulos com bastante atenção, pois o produto deve apresentar a inscrição de livre de lactose.
Medidas simples de comportamento podem auxiliar e muito no tratamento.
Procure seu médico e ele saberá orientar sobre a melhor maneira de tratar esse distúrbio.